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A Terapia Social promove o desenvolvimento da individualidade a partir do encontro humano; parte da premissa, que qualquer ser humano pode dar passos no seu desenvolvimento, independente do tamanho das suas dificuldades e do seu desafio. Nesse sentido cada um é seu próprio desafio!
"Só a ajuda do Homem ao Homem,
O encontro do Eu com o Eu,
O perceber da outra Individualidade sem ver a Confissão,
A ideologia ou a ligação política Do próximo,
Simplesmente,
O mirar de olho a olho,
Cria esta Pedagogia Curativa Que confronta curando
O mais íntimo do ser do Homem."
Karl König
Para poder entender quais são as tarefas da Terapia
Social precisamos compreender, pelo menos um pouco, o momento em que a
humanidade está vivendo. Segundo Rudolf Steiner nos nós encontramos na quinta
época pós-atlântida, época em que começou a Era de Micael (1879), em que houve
uma nova abertura para o mundo espiritual, depois de 5000 anos de “escuridão”,
período chamado Kali Yuga pelos Indianos. Época em que a humanidade cruzou o
limiar para o mundo espiritual, porém a consciência individual não acompanhou
este passo. O cruzamento do limiar é uma conseqüência da era das ciências
naturais. O ser humano se isolou como personalidade. Com isto ele criou o seu
próprio caminho, um caminho individual, assumiu a responsabilidade para si e
seu caminho, a sua vida. Assim chegou num ponto crítico no desenvolvimento, o
ponto que lembra as antigas iniciações, de se sentir impotente. Os valores
antigos não servem mais e ainda não tem novos.
“A
Antroposofia caracteriza o cruzamento do limiar como uma barreira de
desenvolvimento, que com as forças já trazidas não pode ser cruzado....
Primeiro
precisam ser formadas forças novas na alma. Encontramos este limiar diante de
um problema social que parece não ter solução. Olhado isto como um fenômeno do
limiar, promove processos de despertar e realça a necessidade de um
desenvolvimento interno.”
Justamente este é o desafio, que o ser humano
conquista um desenvolvimento interior – espiritual a partir das forças inerentes
do seu próprio Eu. Deus se colocou para dentro de cada um, para que tudo
dependesse da vontade do Homem.
“Enquanto o ser humano não se coloca diante
outro ser humano, de maneira que enxerga no outro homem a imagem, a expressão
do homem imortal, enquanto não se vê em cada ser humano, quando se convive
socialmente com ele, um ser individual, mas um ser que é a expressão de uma
individualidade superior, enquanto não se quer acrescentar a Sociologia e aos
impulsos das ciências naturais aquilo que pode fluir do conhecimento
espiritual, até então vai se cair com o pensar social moderno e principalmente
com a estruturação social prática e conceitual, para dentro de uma vida que
precisa se aniquilar por si só, que leve a briga e desarmonia.”
Rudolf
Steiner
Aqui encontramos a nossa chance e o nosso perigo:
Poder religar-se e religar a vida social de forma nova
com o cosmo, a partir do desenvolvimento espiritual individualizado, a partir
das forças do Eu, ou, estagnar no nível atual da ciência e olhar tudo a partir
das leis naturais, físicas e tornar o ser humano um objeto de técnicas.
Tudo pode ser conquistado a partir do próprio Eu. A
consciência individual precisa cruzar o limiar também, precisa acompanhar o
desenvolvimento da nossa época!
Antigamente, quando a humanidade ainda estava ancorada
no mundo físico, era o próprio corpo que produzia inspirações, dons,
entusiasmo, compaixão, amor, a capacidade de ajudar, etc. Com o cruzamento do
limiar esta fonte começou a secar. Nos décadas de 70 e 80 do século XX foram usados os últimos restos dessas forças
como um reconhecer instintivo das necessidades do outro, um certo olhar
diagnóstico, a capacidade de atuar adequadamente a partir de si, a compaixão
com os outros, etc. Como tudo isto não pode mais ser fornecido pelo corpo,
surge em nos um sentimento de incapacidade. Sentimos nos sobrecarregados e
insuficientes.
Precisamos de um caminho interior, uma senda
espiritual. Sem este caminho cairemos no materialismo, como já aconteceu. Pior
ainda, como conseqüência dos últimos séculos surgiu o materialismo agnóstico.
Ou seja, tudo é visto sob os princípios do mundo físico, até a religião se
tornou um materialismo diluído. Estabeleceu-se a grença que o ser humano não consegue
conhecer e compreender de verdade, ele precisa crer. Com isto surgiu uma tripla
impotência:
Impotência de conhecer verdadeiramente e lucidamente
Impotência de atuar objetivamente, prático e com
sentido
Impotência de consentir adequadamente
Isto leva a uma perda de humanidade, eis a doença ou
deficiência da nossa época. Abre-se o espaço para os "demônios", e todo nosso
mundo está sendo "demonizado" cada vez mais. Precisamos expulsar os "demônios" das
circunstâncias. Isto só conseguimos através da sacramentalização dos nossos
atos, do trabalho, fazer de todo nosso atuar um serviço religioso, só fazer, o
que o Cristo poderia acompanhar: "Não eu, mas o Cristo em mim!"
A realização disto se torna primeiramente possível na
Pedagogia Curativa e Terapia Social.
Temos três grandes Pilares, que sustentam a Terapia
Social:
o Trabalho, a Auto-educação e o Encontro do Eu com
outro Eu, o que R.Steiner chama de
Social- Religioso.
A grande Questão é: O que estimula o Ser Humano no seu desenvolvimento para ser humano?
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